quarta-feira, 28 de abril de 2010

Construção da barragem de Taquarembó entra em fase decisiva.

Construção da barragem de Taquarembó entra em fase decisiva
Obras para desvio de arroio em Dom Pedrito começam hoje e atraem atenção da população
Marina Lopes | marina.lopes@zerohora.com.br

Dono de pequena mercearia na periferia de Dom Pedrito, Ricardo Almeida Carvalho, 62 anos, vai deixar o tradicional bolicho de campanha aos cuidados da mulher. A meta é acompanhar hoje o início do processo de desvio do arroio Taquarembó, a mais importante fase da construção da barragem de mesmo nome.

Será a segunda maior em capacidade de irrigação no Estado e promete diversificar as culturas de cerca de 200 propriedades em Dom Pedrito, Lavras do Sul e Rosário do Sul. Para acompanhar o começo das obras, estarão presentes o ministro da Integração Nacional, João Santana Filho, a governadora Yeda Crusius e o secretário estadual da Irrigação, Rogerio Porto.

Curioso, Carvalho também quer conferir de perto a obra que pode ser a solução para o problema de racionamento de água que Dom Pedrito amarga há pelo menos 30 anos.

– Vou pegar meu carrinho e vou, nem que seja para ver de longe. Falta de água aqui é um problema, não tão grave quanto o dos nossos vizinhos bajeenses que, dependendo da época, não têm água nem para escovar os dentes, mas não deixa de ser prejudicial à nossa cidade – diz o comerciante.

Serão 12,4 quilômetros quadrados de área inundada. Nos canais que serão construídos a partir da desobstrução de 40 metros que se inicia hoje, passarão 875 metros cúbicos por segundo de água. É como se o equivalente a 875 caixas d’água de mil litros passassem por segundo por meio dos canos de concreto.

O desvio do arroio Taquarembó, explica o engenheiro responsável pela obra, Wilson Ribeiro, é fundamental para que a barragem possa ser construída. A barragem poderá acumular 116 milhões de m3 de água e deverá ser concluída no final do ano.

– A área plantada de arroz em Dom Pedrito, Lavras e Rosário do Sul será aumentada, mas não sabemos ainda o quanto. Com garantia de 100% de irrigação, são mais de 12,7 mil hectares a mais de terras – afirma o presidente da Comissão do Arroz da Federação da Agricultura no Estado (Farsul), Francisco Schardong.

Além de reduzir custos para os produtores, a construção da barragem possibilitará a diversificação de culturas na região e reduzirá problemas de estiagem em períodos de seca.

– A principal cultura é o arroz porque, com a quantidade de água que os produtores têm, é o que mais dá lucro por hectare. Com a irrigação, poderão buscar grãos de maior rentabilidade, como a soja e o milho – diz Port

Nenhum comentário:

Postar um comentário